A mais profunda vocação do homem é ser pai
Tudo o que o homem é, todos seus dons, talentos e habilidades, todo
seu conhecimento e técnica adquirida e tudo o que desenvolve durante sua
vida só encontrá plena realização se canalizar tudo para o exercício de
sua paternidade.
“Assim, também se revela, profundamente, o mistério da masculinidade
do homem, isto é, o significado gerador e ‘paterno’ do seu corpo” (São
João Paulo II, Teologia do Corpo, catequese nº 120).
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Frei Raniero Cantalamessa, pregador oficial do Vaticano, dá-nos uma
maior compreensão de paternidade ao nos dizer que, neste mundo, o que
mais se aproxima do amor de Deus é o amor humano de pai e mãe. Quanto à
figura paterna, ele explicita: “O amor paterno é feito de estímulo e
solicitude; o pai quer o filho crescido e levado à plena maturidade”.
Quando olhamos a Sagrada Escritura, tanto o Antigo quanto o Novo
Testamento, entendemos como o Pai Celeste nos estimula e nos faz
crescer. O Senhor convoca Seus profetas, envia-os à aventura, ao desafio
de vida e manda-os sempre ir em direção ao desconhecido para que vençam
as barreiras. É solicito com Moisés quando abre o mar vermelho (cf. Ex
14,21ss); pede que Abrão saia da sua terra e vá para um lugar que Ele
providenciará (Cf. Gn 12, 1) e estimula seu povo, muitas vezes, quando
repete “não temais, pois: eu vos sustentarei a vós, tende ânimo” (cf. Gn
50,21: Ex 14, 13).
Pois bem, o pai terreno é convidado a ser uma figura deste Pai do Céu.
Geralmente, presenciamos o pai colocando o filho num lugar alto, como
o galho de uma árvore, e encorajando-o a pular em seus braços. Será
mais fácil também ver o pai ensinando um filho a andar de bicicleta ou,
pelo menos, será o primeiro a desafiá-lo a se equilibrar sem as rodinhas
de apoio.
O mundo, no entanto, está carente de paternidade. Vemos muitos pais
ausentes; uns por não assumirem a paternidade; outros, a grande maioria,
subtraídos dos lares pelo trabalho.
Até arrisco-me a dizer, dos muitos contatos que tenho com a juventude, ministrando palestras pelo Brasil, que nos intervalos quando converso tanto com os meninos quanto as meninas, percebo que a maioria dos problemas deles – com drogas, sexualidade desregrada, ansiedade e medo de enfrentar a vida – está associada a visão negativa do ser masculino, desde dentro de casa.
Até arrisco-me a dizer, dos muitos contatos que tenho com a juventude, ministrando palestras pelo Brasil, que nos intervalos quando converso tanto com os meninos quanto as meninas, percebo que a maioria dos problemas deles – com drogas, sexualidade desregrada, ansiedade e medo de enfrentar a vida – está associada a visão negativa do ser masculino, desde dentro de casa.
Jovens que, muitas vezes, têm roupas de grifes, aparatos de última
geração, mas estão sem referência da vida, por falta de palavras de
carinho, exemplos e presença paterna, e então buscam refúgio em
substâncias e afetos que mascaram o vazio que se instala em seus
corações.
Pai, seu filho necessita muito mais de seus ensinamentos de vida,
transmitidos por meio de brincadeiras e ocasiões em que puderem estar
juntos, do que coisas que seu dinheiro possa lhes comprar.
Lembro-me de meu pai devolvendo o dinheiro a mais que recebeu como
troco – isso me faz ser honesto –, ensinando-me a nadar todos os
domingos na lagoa. Tudo isso me trouxe a certeza de que sou capaz, e
também segurança, pois alguém olha por mim.
Uma vez ouvi: “O filho que recebe todo dinheiro do mundo vai gastá-lo
até passar necessidade. O filho que recebe todo amor conquistará o
mundo inteiro”.
Que, neste Dia dos Pais, quem receba o melhor presente sejam seus filhos! Dê seu carinho, seu amor e tempo, eles merecem ter tudo o que você é.
Feliz Dia dos Pais!
Sandro Arquejada
Sandro Aparecido Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova.
Formado em administração de empresas pela Faculdade Salesiana de Lins
(SP). Atualmente trabalha no setor de Novas Tecnologias da TV Canção
Nova. É autor do livro “Maria, humana como nós” e “As cinco fases do
namoro”. Também é colunista do Portal Canção Nova, além de escrever para
algumas mídias seculares.
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